Sunday, September 9, 2007

Na estrada para lugar nenhum...

Querida mana:

Perdoa-me a ausência. Fugi de mim. É uma necessidade que me assola a alma, aquando da chegada de uma amálgama de emoções. Tu compreendes mana, não sou o único ser no qual este instincto força em poisar, não sou único, apenas o faço à minha maneira.
Parei para me olhar, como já não o fazia à muito tempo, no reflexo de uma vidraça. Uma réstea de lembrança do que já fora outrora a casa de alguém. Abandonada foi, porque em quem ela pertencia, deixou-se cair um nevoeiro ensurdecedor, um chamamento para lugar nenhum.
Olhei como já não fazia à tanto tempo mana, para os contornos da minha face e não resisti a chorar. Sabes que já fui menino, mana? Sabes que era ontem menino e hoje sou homem de rosto marcado? Poderás tu afagar um rosto, miudo por dentro e velho por fora?
Há mudanças que não podem ser aceites sem que mude o universo em que dormimos, são mudanças pesadas capazes apenas de ser suportadas em lugar nenhum, que não este. Foi assim que me assolou esse instinto de que te falei. Não o segui olhando as estrelas, não o segui sentindo o cheiro, segui-o para fora de mim. Migrei para fora do meu corpo, porque este corpo velho mana, já não me cabe.

A fossa alarga-se mana, para me entenderes terás também que perceber o que sinto.

rcwrippyabtrfslimflfbbvfbtilblcttrfwchlkechnfttannsytrfwchlkechnctftfhgilbugbragfcetrfbpctlfbbmagk fiorphiyhioofptfdigkfiorwabrhfbangk ...

Do teu, para sempre, irmão.

2 comments:

delusions said...

"Fugi de mim. É uma necessidade que me assola a alma, aquando da chegada de uma amálgama de emoções." Quantas vezes fugimos de nós, vezes de mais, sempre presos naquilo que somos...
Fugimos e esbarramos em quem fomos e somos Sabes que já fui menino, mana? Sabes que era ontem menino e hoje sou homem de rosto marcado? Poderás tu afagar um rosto, miudo por dentro e velho por fora? e choramos por aquilo que nos fugiu noutras lágrimas noutros tempos e passos...
Há demasiadas mudanças e dói...Há mudanças que não podem ser aceites sem que mude o universo em que dormimos, são mudanças pesadas capazes apenas de ser suportadas em lugar nenhum, que não este. Noutro lugar que não este, que não este que não este...Longe de nós fora de nós parti(mos) de nós num abismo feito de nós para nós...De nós, de nós...De nós num sussuro feito de cansaço(s) de nós...


*

Leandro said...

hmmm que lindo isso, mas o que quer dizer isso? quem são os irmãos que trocam cartas?
isso é verídico? ou é obra de algum autor?